Ano após ano, sinto que se têm vindo a cumprir as aspirações que nos levaram a fundar esta Associação. Começou como um sonho, passou a projeto e é hoje uma realidade assente e consubstanciada no trabalho, dedicação e empenho de todos os associados que lhe deram e continuam a dar corpo.
Apesar do nome Música XXI sugerir uma forte ligação à música, desde sempre pretendemos que essa vertente artística fosse mais uma a juntar a todas as outras que, de uma forma natural e complementar, formam, alimentam e enriquecem o campo de ação desta coletividade.
Desde o início deste percurso associativo, foi nossa intenção aproveitar a experiência, formação e gostos de cada um dos nossos associados. Através do estabelecimento de laços colaborativos e de parcerias com associações congéneres, autarquias, delegações regionais de organismos oficiais e instituições de serviço público, tentámos alargar o nosso raio de ação a todo o Algarve.
Tentámos também, desde logo, definir como critério estratégico de ação a forte aposta na elaboração de produções onde o nível qualitativo, aliado a um grande empenhamento na sua implementação e concretização, pudesse vir a ser um atrativo para a entrada de novos associados e servir, simultaneamente, como um cartão de visita para os nossos futuros parceiros.
Salientamos, nesta já ultrapassada vintena de anos de existência, a grande aposta na realização de atividades culturais pensadas, organizadas e realizadas no âmbito do investimento nas faixas etárias mais novas. Para tal, apoiámo-nos na experiência dos associados ligados ao ensino, tendo as suas planificações e práticas pedagógicas sido estruturadas e consentâneas com a desejada formação de públicos.
Desde a nossa constituição, quisemos colocar ao dispor dos nossos associados uma sala de ensaio e experimentação onde os vários elementos/grupos a nós associados a pudessem utilizar como laboratório criativo e de troca de saberes. Hoje, numa renovada sede social, tal continua a ser possível.
Evidenciamos o apoio que a direção dá a todos os artistas a nós associados na divulgação atempada e generalizada das suas produções e realizações, bem como na representação dos mesmos junto dos possíveis interessados. Convém também referir que este trabalho de apoio e interajuda não pode – nem deve – ser confundido com qualquer tentativa de agenciamento cultural, pois não é esse o propósito nem o objetivo da Associação.
Contando com cerca de uma centena de associados, a Associação tem um enorme potencial criativo, interventivo e participativo no tecido artístico da região onde se insere. Percorrendo quase todas as faixas etárias, temos vindo a constatar um maior empenho por parte de associados ligados profissionalmente ou por hobbie às diversas vertentes culturais. Tal ocorrência faz-nos acreditar que, gradualmente, estamos a inverter a ideia de que as coletividades servem unicamente para nos servirmos delas.
Enquanto elementos de um coletivo ligado a várias disciplinas artísticas, tentamos criar e proporcionar condições para que os associados se sintam integrados e apoiados. Tentamos tudo fazer para que o movimento associativo seja uma realidade, combatendo as direções unipessoais, interesses corporativos e malabarismos contabilísticos camuflados em Associações que só o são unicamente no nome.
Tendo em conta as solicitações, exigências, contingências e obrigações a que, cada vez mais, estas estruturas associativas estão sujeitas, defendemos um comportamento profissional e exigente por parte dos membros que integram as nossa produções e realizações. Só assim poderemos almejar que o resultado final esteja associado ao sucesso e à excelência.
Entendemos que o nosso maior desafio deverá continuar a ser o investimento na formação cultural das camadas mais jovens da população. Serão os mais novos os futuros criadores, produtores e intervenientes culturais e serão eles também o público que desejamos para as várias disciplinas artísticas que servimos.
A todos os elementos que integraram, integram e virão a integrar os corpos sociais desta Associação, aqui deixo uma palavra de gratidão, reconhecimento e regozijo pela entrega abnegada e dedicação continuada à cultura e à região. Aos novos associados, espero e desejo que venham por bem, pois só assim conseguiremos garantir um futuro risonho e promissor.
Paulo Cunha,
Sócio n.º 1
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